Texto feito por Junior Barbosa.. um dos meus 3 e únicos melhores amigos.
Bem , antes de postar o texto que ele acabou de fazer e me mandar eu queria falar que realmente eu me emocionei e me emociono toda vez que conversamos a respeito da vida.. ele é como eu , ele me intende e eu o ententendo (tento pelo menos) e falo mesmo pra ele , Eu to sempre ctg , nunca se esqueça disso !
enfim vamos ao texto,( bem eu chorei, ele me comove sempre)
O que é o amor?
Tenho 20 anos, boa saúde, uma situação econômica estável e vontade de ver e aprender muitas coisas.
Pergunto-me o que é o amor, este sentimento que avassala tantos corações por todo mundo. Quantas pessoas não estarão fazendo amor agora? Quantas não estarão espalhando amor agora? Quantas não estarão sentindo e vivenciando o amor agora? Não sei, e seria muita presunção minha querer saber, o amor não é apenas ter a pessoa ao seu lado, vinte e quatro horas por dia, amor é um sentimento que fica dentro de você, por mais que você nem tenha percebido, às vezes ele fica escondido esperando lições da vida, para finalmente aparecer.
Quando minha mãe faleceu eu vi meu mundo desabar, achava que a vida tinha sido injusta, pensei em suicídio, pensei em correr por aí, pensei em gritar, mas ao mesmo tempo em que pensava isso, vi meu pai sentado em uma das cadeiras de balanço que temos na varanda, parado, imóvel, com o olhar perdido, lágrimas pesando nos olhos, sem saber o que fazer. O amor rapidamente apareceu em mim, e percebi o quanto estava sendo egoísta, meu pai estava ali, precisando de mim, assim como eu precisava dele, mas como eu não podia ver uma coisa tão simples que estava bem na minha cara? Por que eu estava sendo egoísta e amor não é isso, quando se é egoísta e se pensa apenas em si, o amor nunca dá as caras. O egoísmo nos cega, e amor não é ficar atrás da pessoa que se ama o tempo todo, não é exigir dela todo o seu tempo e que ele seja gasto apenas conosco, não é querer que ela deixe de viver sua vida, para viver a nossa. Amor não é isso.
Aprendi que amor é liberdade quando vi que meu pai sentia mais a falta da minha mãe do que eu, ela era minha mãe, eu sentia dor, mas para ele, ela tinha sido a esposa, a dona de casa, a companheira, a pessoa que estava com ele para tomar as decisões, para administrar a casa junto com ele, para fazer as compras, enfim, ele perdeu uma parte dele, quando ela foi embora, essa parte que ele tinha doado a parte que o amor tinha preenchido.
Hoje olhando meu pai, vejo um homem forte, porém cansado, vejo o quanto ele emagreceu desde a morte de minha mãe, e quantas coisas ele teve que abrir mão desde que minha mãe se foi. Algumas coisas me partem o coração, como por exemplo, quando entro no quarto dele e o vejo deitado, bem no canto aonde ela dormia, e o outro lado ele recusa repousar, é como se ele buscasse se unir a ela em seus sonhos. Em casa ele raramente muda a decoração, os móveis continuam no mesmo lugar, meu pai sempre foi um homem de rotina, mas ela se intensificou quando minha mãe teve que viajar as pressas com a suspeita de câncer.
Hoje posso dizer que amo meu pai, e o amo muito, principalmente porque tive que renunciar de muitas coisas na minha vida, como a faculdade em outra cidade, por exemplo, a verdade é que eu não agüentei deitar a cabeça no travesseiro e inundá-lo com lágrimas pesadas e incontroláveis todas as noites. Uma vez quando recebi uma ligação de que ele estava internado, só lembro-me de ter desligado o telefone e deitado na cama chamando por minha mãe e pedindo que ela o ajudasse a melhorar. Quando ele teve que ser transferido para o pronto socorro na cidade em que morava no outro dia, e eu fui recebê-lo no hospital, e vi aquele homem fraco, mas que olhou para mim unindo todas as forças que tinha para sorrir e me abraçar meu coração partiu em vários pedaços e me perguntei por que? Por que eu estava fazendo-o passar por aquilo tudo.
Hoje é apenas eu e ele, e eu só tenho a ele e ele só tem a mim, é quando ele vem até mim e me diz “agora somos só você e eu”, eu sinto uma cumplicidade que há tempos não sentia, que senti uma vez, quando ele contava suas histórias para mim, mesmo que fossem repetidas, eu gostava, porque gostava de tê-lo ao meu lado.
Não sei onde minha mãe está hoje, se está nos vendo, eu gosto de acreditar que sim, mas eu também gosto de lembrar suas últimas palavras para mim, quando ela me disse em sua última ligação, dois dias antes de falecer “filho você é o presente que sempre pedi a Deus, fico tão agradecida por ter você, e saber que você está sendo a companhia para seu pai, nesse momento tão difícil para nós todos, você sabe que te amo, e ele também te ama, nós todos te amamos e você nunca teria nascido se não fosse por esse nosso amor!”. Foi com estas palavras que a vida me mostrou o que era o amor, amor é um pedacinho de Deus em cada um de nós, é a ligação que nos une a Ele. A cada batida do nosso coração, a cada manhã, a cada pôr-do-sol, a cada sorriso, a cada abraço o amor se manifesta e Deus se manifesta em nós, amor não é para ser pedido, é para ser dado, e o amor que recebo eu tento dar a cada dia, assim como agradeço todos os dias por ter tido a oportunidade de dar amor a minha volta.
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